Como responder a falsas acusações (Artigo 3 de 4)
- Diana Luzio Alves
- 1 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

Como vimos já em artigos anteriores, é relativamente comum que, em algum momento da doença, a pessoa com doença de Alzheimer ou outro subtipo de demência, desconfiarem de cuidadores familiares e/ou cuidadores formais.
Este é um comportamento que magoa bastante quem cuida, mas infelizmente é bastante comum em algum momento do decurso da doença e é de todo relevante que os cuidadores aprendam a lidar com este tipo de situações. Se ainda não leu o primeiro ("Roubou o meu dinheiro!") e o segundo artigo ("Está a envenenar-me! Eu não vou comer") da série "O que dizer quando está a ser falsamente acusada" aconselho-o a ir lê-los antes de prosseguir neste, pois há informações e dicas que lhe podem ser úteis.

"Roubou a minha... (bolsa / óculos / aparelho auditivo / dentadura…)!"
Uma pessoa com demência pode acusá-lo de roubar um determinado objeto quando não o consegue encontrar. Devido às alterações que ocorrem no seu cérebro, é mais fácil dizer que alguém roubou o item em vez de admitir que não consegue encontrá-lo e, claro está, normalmente acontece com quem se encontra mais próximo - o cuidador.
Já vimos nos artigos anteriores desta série que responder a falsas acusações com lógica e reflexão não funciona. As respostas que sugiro neste caso são as seguintes:
"O (item) está a faltar? Eu entendo que isso o(a) deixe chateado(a). Vamos dar uma olhada aqui, acho que já o vi por aqui antes."
"Oh não, eu devo ter colocado isso no sítio errado quando estava a limpar hoje de manhã. Deixe-me ir buscá-lo para si."
"Oh não, o seu (item) está a faltar? Lamento muito o que aconteceu. Importa-se que procure aqui à volta mais uma vez? Pode ter sido colocado em algum sítio para ficar seguro / guardado."
E agora, como ajudar a pessoa a sentir-se mais no controle:
Tente encontrar os seus esconderijos favoritos para guardar os objetos que frequentemente se "perdem" para que os possa encontrar facilmente.
Compre cópias dos itens que se "perdem" mais habitualmente (se não forem muito caros) para que possa "encontrá-los" sempre rapidamente, sem ter que gastar tempo a procurar.
O conjunto de respostas que partilho consigo deve funcionar como ponto de partida para as suas próprias respostas criativas. Cada situação e cada pessoa com demência é diferente, por isso o cuidador é o melhor juiz para reconhecer que respostas terão maior probabilidade de funcionar. Pode ser necessário experimentar várias formas até começar a ganhar o "jeito" da técnica de validação e redirecionamento, mas fica cada vez mais fácil com a prática.
"O amor e a compaixão são necessidades, não luxos. Sem eles a Humanidade não pode sobreviver." - Dalai Lama
...Como sabe, adoro ouvir o que têm para me dizer.
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